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Portas abertas

por Ouvidoria publicado 17/02/2025 14h52, última modificação 17/02/2025 14h53

Manter as portas fechadas é uma medida essencial para a eficiência energética, saúde e bem-estar dos colaboradores. Manter as portas dos escritórios fechadas, especialmente em ambientes próximos ao refeitório, é uma prática essencial para otimizar a eficiência energética, preservar a saúde e o bem-estar dos colaboradores e evitar desperdício de recursos públicos. O impacto dessa prática vai além de um simples conforto, afetando diretamente os custos operacionais e a qualidade do ambiente de trabalho. Desperdício de energia e aumento nos custos operacionais Quando as portas ficam abertas enquanto o ar-condicionado está ligado, o sistema de refrigeração perde sua eficiência. O ar quente do ambiente externo entra constantemente, forçando o aparelho a trabalhar com maior capacidade para manter a temperatura desejada. Isso resulta em um aumento significativo no consumo de energia elétrica. Por exemplo, considerando que o ar-condicionado consome 1 kWh por hora e a tarifa média de energia elétrica é de R$ 0,80 por kWh, o custo diário por sala aberta pode ser de R$ 6,40, ou R$ 140,80 mensais. Para toda a Câmara Municipal, com aproximadamente 50 salas abertas, o valor mensal pode atingir R$ 7.040,00. Além disso, estudos indicam que um ar-condicionado operando com portas ou janelas abertas pode consumir entre 25% e 50% a mais de energia. Isso significa que, no pior cenário, os custos mensais podem aumentar para R$ 8.800,00 a R$ 10.560,00, resultando em um desperdício adicional de até R$ 3.520,00 por mês ou R$ 42.240,00 por ano. Além do custo energético, manter as portas abertas permite que odores de alimentos consumidos no refeitório, barulho de conversas, som do micro-ondas e trânsito intenso de pessoas entre 11h e 14h se infiltrem no ambiente de trabalho. Isso compromete a qualidade do ar, tornando o ambiente ruidoso e desconcentrante, prejudicando a produtividade dos colaboradores. Em termos de saúde e segurança, essa situação pode ser considerada insalubre, violando princípios fundamentais de qualidade de vida no trabalho.   Dano à vida útil do ar-condicionado Outro ponto crucial é o desgaste acelerado do equipamento. O ar-condicionado, quando forçado a operar de maneira ineficiente e constante, pode ter sua vida útil reduzida em até 30%, dependendo do modelo. Considerando um custo médio de R$ 2.000,00 por unidade e uma vida útil esperada de 10 anos, o custo anual por aparelho seria de R$ 200,00. Se a vida útil for reduzida para 7 anos devido à utilização inadequada, o custo anual sobe para R$ 285,71. Para toda a Câmara Municipal, com aproximadamente 50 unidades de ar-condicionado, o custo adicional com a diminuição da vida útil dos aparelhos pode ser de R$ 4.285,50 por ano. Impacto financeiro total Combinando o desperdício de energia e a redução da vida útil dos ar-condicionados, o impacto financeiro anual para toda a Câmara Municipal pode chegar a R$ 94.778,50. Esse gasto desnecessário poderia ser evitado com uma simples mudança de hábito: manter as portas fechadas e garantir o funcionamento adequado dos sistemas de ar-condicionado. Mau uso de recursos públicos e violação de princípios Essa prática configura um mau uso dos recursos públicos, desperdiçando dinheiro e violando os princípios de eficiência, transparência e economicidade previstos na Lei 14.133/2021. A gestão pública deve priorizar a utilização racional dos recursos, e permitir que as portas fiquem abertas, resultando em consumo excessivo de energia e maior desgaste dos equipamentos, vai contra essas diretrizes. Isso fere os princípios constitucionais da moralidade e legalidade, que orientam a gestão pública a garantir o uso justo, transparente e racional dos recursos. Além disso, do ponto de vista da SA8000 (Norma Internacional de Responsabilidade Social) e da ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental), essa prática compromete a qualidade do ambiente de trabalho e não adota práticas sustentáveis de gestão dos recursos. A SA8000 exige ambientes de trabalho saudáveis e seguros, e a exposição a odores desagradáveis, barulho excessivo e um ambiente insalubre vai contra essa norma. A ISO 14001 orienta práticas sustentáveis, e o desperdício de energia elétrica resultante da abertura das portas contraria esses princípios, gerando impactos ambientais desnecessários. A abertura das portas também infringe normas de saúde e segurança no trabalho, como a NR-9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), que exige controle de ruídos excessivos, e a NR-17 (Ergonomia), que visa garantir o conforto no ambiente de trabalho. O barulho constante e o ar-condicionado forçado a operar além de sua capacidade configuram riscos ambientais que afetam a saúde e produtividade dos funcionários. Isso também pode ser considerado uma violação da NR-24 (Condições Sanitárias e de Conforto), que trata das condições mínimas de conforto, incluindo controle de temperatura e qualidade do ar. A decisão precisa ser embasada, não um capricho É sabido que a Câmara Municipal não atende diretamente ao público em grande escala, mas sim a seus próprios colaboradores. Portanto, não há justificativa real para manter as portas abertas. A reclamação feita parece mais um capricho pessoal do que uma demanda efetiva, sugerindo até uma tentativa de bisbilhotar a rotina dos setores, em vez de buscar melhorias genuínas. Isso é mais evidente quando a pessoa que fez a reclamação não explicou o motivo dessa mudança, levantando dúvidas sobre a seriedade da solicitação. É estranho que a gestão tenha acatado essa reclamação sem uma análise crítica. A alegação de que "aqui é a casa do povo" não se justifica, já que, com exceção da recepção, a Câmara não atende diretamente à população. Como pode algo tão trivial ser atendido sem questionamentos? Conclusão Manter as portas fechadas enquanto o ar-condicionado está ligado não apenas reduz custos operacionais, mas também melhora a qualidade do ambiente de trabalho, proporcionando maior conforto e produtividade aos colaboradores. Além disso, essa prática assegura o uso eficiente dos recursos públicos, respeitando os princípios de economicidade e transparência, e cumpre com as normas ambientais e de responsabilidade social, como a SA8000 e a ISO 14001. O impacto financeiro do comportamento inadequado pode ser significativo, chegando a R$ 94.778,50 por ano, evidenciando a importância de adotar medidas simples e eficazes para preservar recursos, melhorar o ambiente de trabalho e cumprir as normativas vigentes. Portanto, a gestão deve garantir que as decisões sejam baseadas em razões claras e não em desejos pessoais, assegurando que o ambiente de trabalho seja otimizado tanto para os funcionários quanto para o bom uso dos recursos públicos.

: 14/02/2025 17h11
: Reclamação
: Ouvidoria
: 20250214171125
: Resolvida

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