Barueri terá medidas de prevenção a enchentes
Nos próximos anos, Barueri passará a contar com uma série de mecanismos buscando reduzir os impactos das mudanças climáticas na cidade, em especial no que diz respeito à água das chuvas. Isso porque a Câmara Municipal aprovou a implantação do conceito “cidade-esponja”, estabelecendo diretrizes e objetivos para o combate às inundações.
De acordo com o Projeto de Lei 057/2024, aprovado na sessão de terça-feira, 3, o conceito cidade-esponja “remete ao modelo de gestão sensível à água, capaz de deter, limpar e filtrar águas, evitando inundações e alagamentos, fortalecendo a infraestrutura ecológica e de sistemas de drenagem, por meio de soluções sustentáveis baseadas na natureza”.
Na prática, a nova política pública tem objetivos como a redução dos riscos de enchentes ao priorizar espaços mais permeáveis que reduzam a sobrecarga nos sistemas que captam a água da chuva.
Para a implantação do conceito na cidade, o poder público deve incentivar medidas como a instalação de telhados verdes, que são lajes com hortas, gramados ou outro tipo de vegetação. Os chamados jardins de chuva, que contam com plantas adaptadas para resistir, reter e absorver o escoamento da água pluvial, também estão contemplados.
De acordo com o autor do projeto, a implantação do conceito de cidade-esponja em Barueri vai além da prevenção de enchentes, porque ele também melhora a qualidade e amplia a oferta de água, reduz os efeitos das ilhas de calor e contribui para a regulação da temperatura ao aumentar a oferta de espaços verdes abertos.
“É um projeto que apresenta uma alternativa inovadora, viável e sustentável para um problema de décadas do município, que tende a se agravar com as mudanças climáticas”, justificou o vereador Leandrinho Dantas (PSD), destacando que a matéria teve inspiração em leis já aprovadas nos municípios de Petrópolis e Três Rios, ambos no Rio de Janeiro.
Conceito
O conceito de cidade-esponja foi criado pelo arquiteto paisagista chinês Kongjian Yu e vem sendo aplicado com sucesso em 16 cidades da China, além de em outras ao redor do mundo, como Berlim, Copenhague e Nova York.
Enquanto a gestão convencional das águas pluviais busca, por meio de drenos e tubulações, simplesmente transportar a água da chuva para rios e mares, a cidade-esponja busca absorver a chuva e diminuir o escoamento superficial. A água absorvida pode ser armazenada, limpa e reutilizada.
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